Realização das Feiras do Livro e a Importância da Cultura

01-06-2020
Fonte: Câmara Municipal do Porto
Fonte: Câmara Municipal do Porto

Foi anunciado pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) que se realizará, ainda este ano, as feiras do livro de Lisboa e do Porto. Feiras essas que decorreriam mais cedo mas que, com a situação pandémica que o país atravessa, considerou-se e preferiu-se o adiamento das mesmas.

Na semana passada, dia 28 de maio, foi declarado que as feiras do livro de Lisboa e do Porto iriam abrir nos próximos meses de agosto e setembro. 

Enquanto que a feira do livro de Lisboa, abrirá no dia 27 de agosto de 2020, a do Porto entende abrir um dia depois, dia 28 de agosto do presente ano. 

Conforme os anos anteriores, Lisboa abre portas às editoras, livreiros e alfarrabistas no Parque Eduardo VII, lugar que qualquer um poderá visitar durante o período de tempo estipulado. 

Por outro lado, a norte do país, o Porto abrirá as suas portas à feira, uma vez mais, nos jardins do Palácio de Cristal, lugar onde costumam decorrer as vendas, as apresentações de novos livros e de editores, bem como escritores. 

Até ao abrir oficial de ambos os parques à receção da cultura literária e promoção cultural, estudar-se-á, de forma minuciosa, todos os normas que terão de ser tidas em conta por parte da Direção Geral de Saúde (DGS) de forma a assegurar a segurança de todos e evitar aglomerações dos interessados visitantes.

Feiras do Livro e Cultura em tempos de pandemia 

A Feira do Livro do Porto realizada nos jardins do Palácio de Cristal e a Feira do Livro de Lisboa realizada nos jardins do Parque Eduardo VII, já perduram há muitos anos. Têm como objetivo promover e divulgar à enchente de livros que entram no mercado, dia após dia, ano após ano.


A cultura tem sido, nos últimos tempos, suporte de conforto e entretenimento. Apesar das encomendas literárias efetuadas online, o setor dos livros tem prejudicado de forma drástica. 

Por essa e por muitas mais razões, foi efetivamente aceite, com todas restrições de segurança aplicáveis, a abertura das portas de muitos livreiros, editores e alfarrabistas por parte da ministra da cultura portuguesa. 

O trabalho é necessário e, se o setor livreiro já se sentia com dificuldades financeiras, com a pandemia que se sucedeu e que os obrigou a fechar portas, evidenciou-se uma crescente carência financeira que se alastrou ao longo dos meses pandémicos.

Testemunhos do confinamento 

A cultura, ao longo dos meses, teve uma importância preponderante na vida de cada pessoa que se viu confinada dentro das paredes de sua casa. As opções passaram não só pelos filmes, como também pelos livros e até mesmo pela música.


Lurdes Mariani | Fotografia cedida pela própria
Lurdes Mariani | Fotografia cedida pela própria


Para Lurdes Mariani, possuidora dos seus 21 anos, trabalhadora/estudante e natural do Porto, a cultura é estimada sob a ideologia "Sem ela não somos nada, não temos identidade", encara.

Além da importância que dá à cultura, acrescenta que "(...) sempre fui muito dada à música, todos os dias ouço música e vejo séries... No meu caso, acho que a pandemia veio triplicar isso.", confere.

Não obstante, a jovem adianta que a quarentena (...) fez-me perceber isso, pois se não existisse este tipo de entretenimento, muitos de nós tinham dado em loucos. E acho que começamos a valorizar muito mais isso", conclui.

Hugo Pereira | Fotografia cedida pelo próprio
Hugo Pereira | Fotografia cedida pelo próprio

Através de outro ponto de vista, Hugo Pereira, com 21 anos e licenciado em engenharia do ambiente, é também natural de Santa Maria da Feira.

O jovem considera que "A cultura torna real e imortal o nosso ADN enquanto seres humanos (...)", adiantando "(...) é uma marca que deixamos para as próximas gerações", finaliza.

Para Hugo, os tempos de pandemia fizeram com que o próprio se refugiasse nas várias opções culturais ao seu dispor, optando por "(...) série e música são uma ótima forma de manter a mente ocupada.", adianta.

Posteriormente, e com base nos momentos que passou confinado, confirma que "A cultura é a identidade de um país e de um povo, como tal, tem de perdurar independentemente de tudo.", confirma. 

Joana Soares | Fotografia cedida pela própria
Joana Soares | Fotografia cedida pela própria

Aos estudantes do secundário, foi-lhes adiado os exames nacionais, ainda que, os estudos se mantivessem tão severos quanto antes.

Joana Soares tem 19 anos, é natural de Matosinhos e é testemunha de vivência dessa mesma realidade, esclarecendo que "Houve dias em que, apesar de adorar estar em casa, foi difícil pensar num futuro colorido no meio desta pandemia que nos afeta a todos diariamente.".

A estudante, apesar de atravessar momentos de estudo em que se vê obrigada a despender de uma quantidade de tempo maior para a revisão de matérias, aproveita para relatar que a importância da cultura foi fulcral, através da afirmação seguinte "O entretenimento nesses momentos ajuda a aumentar a minha produtividade e até estimular a minha imaginação.", refere.

Lúcia Campos | Fotografia cedida pela própria
Lúcia Campos | Fotografia cedida pela própria

Por fim, conversamos ainda com Lúcia Campos, uma jovem de 21 anos, técnica de turismo ambiental e rural e natural de Rebordosa, Paredes (Porto). O recorrer à cultura em tempos de pandemia tornou-se numa parte importante durante o período decorrido, ao que Lúcia afirma "Tive a possibilidade de fazer uma amiga online quem me aconselhou uma série de livros excelentes para ler. Aproveitei para pôr as séries atualizadas, visto que, não tenho muito tempo no meu quotidiano para ver.", confirma.

Uma das formas que a jovem utilizou para se distrair das notícias que a deixavam parcialmente ansiosa e com medo, foram os livros, ao que a própria esclarece "Talvez ler. Despertou ainda mais o meu interesse por livros. Transporta-me para outro mundo de maneira a fazer esquecer a situação que estamos a viver.", refere.

São testemunhos que representam uma vontade. A reabertura das feiras começa por ser um dos pontos fulcrais para a volta ao funcionamento habitual da cultura, sendo o setor livreiro um dos mais relevantes a assegurar a aprendizagem e conhecimento do povo português. A melhor forma de garantia de literacia em Portugal. 

Espera-se apenas que o setor livreiro, tal como toda a cultura recupere de forma crescente e positiva. Não só relativamente às livrarias, como também ao nível do cinema, da música e dos teatros são alguns dos exemplos que movem a cultura e que, atualmente, enfrentam dificuldades resultantes dos meses de confinamento obrigatório que o país cumpriu.

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